quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Transtornos Alimentares


Transtornos Alimentares

Classificações
Existe um número diversificado de transtornos alimentares dependendo da fonte. Os mais conhecidos são a anorexia e a bulimia, porém existem vários outros segundo as pesquisas:
 Anorexia 

  Bulimia 

Hipergafia 

  Ortorexia 

  Pica 

 Síndrome de Prader-Willy 

Transtorno da compulsão alimentar periódica (TCAP) 

 Transtorno obsessivo compulsivo por alimentos (TOC) 

Transtorno de ruminação

Vigorexia

Transtorno alimentar não especificado

Devido às idiossincrasias da adolescência, mostram as estatísticas que essas disfunções alimentares são mais freqüentes nessa faixa etária, quase sempre associadas a algum quadro de disfunção emocional, na dinâmica da família, da escola, do trabalho e outras áreas importantes da vida social. Contudo, outras faixas etárias também mostram incidência dessa disfunção alimentar, inclusive bebês.

Causas


Percentagem da população obesa no mundo. Segundo o IBGE em 2009 a obesidade no Brasil é de 12% entre homens e 17% entre mulheres.
Assim como todos outros transtornos, envolve múltiplos fatores. Dentre os fatores responsáveis, destacam-se:
§  Histórico de transtorno alimentar na familiar 
§  Histórico de transtornos de humor na família (como depressão ou transtorno bipolar)
§  Famílias autoritárias (anorexia) ou negligentes (bulimia) 
§  Contexto sociocultural caracterizado pela extrema valorização do corpo magro
§  Disfunções no metabolismo da serotonina e noradrenalina 
§  Experiência sexual traumática 
§  Certos traços de personalidade (Baixa auto-estima, Introversão, Perfeccionismo (Anorexia), Impulsividade (Bulimia), Instabilidade afetiva, evitativo, ansioso (TCAP)...)
§  Fazer alguma dieta 
É frequente a comorbidade de transtornos alimentares (TAs) com transtornos de humor, transtornos de ansiedade e dependência química. Sendo assim esses transtornos são considerados fatores de risco para anorexia, bulimia, hipergafia e vigorexia. Transtornos psiquiátricos de membros da família de primeiro grau (geralmente a figura materna) estão entre os principais fatores correlacionados com os TAs. Parentes de primeiro grau de pessoas com anorexia tem 11 vezes mais chance de desenvolverem esse transtorno que o normal enquanto parentes de bulímicos tem 4 vezes mais chance. 
Mães com anorexia tem 75%-80% de chance de transferirem a anorexia para um ou mais filhos e mães com bulimia tem 45% a 55%. Acredita-se que existe um predomínio dos fatores ambientais sobre os genéticos nessa transferência pois existe uma correlação positiva entre a convivência com a mãe e a transmissão dos transtornos e a terapia comportamental é mais eficaz que a medicamentosa nesses transtornos. 
Alguns remédios podem alterar o padrão alimentar diminuindo ou eliminando a sensação de fome. Nesse caso não se trata de um transtorno psicológico e sim de um efeito colateral conhecido como anorexia medicamentosa.

Classificações


Anorexia


Anoréxicos atingem uma grande perda de massa, de modo que o seu Índice de Massa Corporal se reduza a valores inferiores a 17,5 kg/cm². A perda de peso pode ser efetivada por estrita restrição dietética, em adição a exercícios físicos excessivos; outros, em conjunção a esses métodos, também podem abusar de técnicas purgativas (provocar-se vômitos, abusar de laxantes ou diuréticos, etc.) que acreditam resultar em perda das calorias consumidas, sem necessariamente, como no caso da bulimia, ter antes havido períodos de comilança desenfreada.

Bulimia


Por definição, bulímicos passam por episódios (pelo menos duas vezes por semana) de comilança desenfreada que resultam num consumo de calorias muito superior ao de uma pessoa normal no mesmo período. Seguidos desses episódios, são por eles empregados vários hábitos que visam compensar o ganho calórico, entre os quais os mais usados são as técnicas purgativas; em uma pequena minoria dos casos, porém, bulímicos limitam-se a se exercitar rigorosamente e/ou jejuar por longos períodos, sem provocar a purgação da comida. A bulimia se distingue do tipo purgativo da anorexia, por não haver, no caso do primeiro transtorno, o emagrecimento extremo visto no segundo.

Hipergafia


Segundo a OMS, Hipergafia é quando um evento traumático resulta em um aumento no consumo de alimentos e consequentemente um rápido aumento de peso, geralmente resultando em obesidade piorando a auto-estima e auto-confiança do indivíduo.

Ortorexia


É a obsessão por alimentos saudáveis e nutritivos excluindo uma grande quantidade de alimentos, principalmente os mais industrializados, dessa dieta. Quase sempre ocorre em países desenvolvidos.

Pica


É o impulso de comer objetos não nutritivos nem cuja ingestão é aceita socialmente. Mais comum em crianças e mulheres grávidas. Seu nome é baseado no nome latim de um corvo famoso por comer de tudo.

Sindrome de Prader-Willi


Afeta crianças independentemente do sexo, raça ou condição social. De natureza genética, mais frequente em quem possui baixa estatura e peso, geralmente envolve retardo mental ou transtornos de aprendizagem e desenvolvimento sexual incompleto se trata de uma necessidade involuntária de comer constantemente, o que quase resulta em outros problemas de saúde como obesidade e problemas cardiacos. Leva a morte caso não tratado. Anti-depressivos ISRS tem se mostrado eficaz restringindo os danos, porém essa síndrome ainda não tem cura.

Transtorno da compulsão alimentar periódica (TCAP)


Conhecido em inglês por binge eating disorder, é uma classificação relativamente recente para a compulsão por comer característica da bulimia que não envolve o uso de métodos extremos de perda de peso como vômito, anfetaminas e laxantes. 30% dos obesos possuem esse transtorno e sua prevalência na população gira em torno de 2%.

Transtorno obsessivo compulsivo (TOC) por alimentos


Semelhante aos outros transtornos obsessivos compulsivos, envolve pensamentos incontroláveis, repetitivos e persistentes, que só são aliviados enquanto o indivíduo se alimenta. Enquanto não se alimentar seguindo suas crenças o indivíduo sofre de uma ansiedade crescente e pensamentos constantes até ceder e é imediatamente reforçado\reforço positivamente (com o prazer de comer) e negativamente (com o alívio da ansiedade) enquanto estiver comendo. Mesmo que esteja ciente de que seus pensamentos são prejudiciais a si mesmo, irrealistícos e inapropriados o indivíduo não consegue controlá-los. Ao contrário dos outros transtornos alimentares os anti-depressivos são bastante eficazes no tratamento do TOC.

Transtorno de ruminação

Mais frequente em crianças pequenas é caracterizado pela regurgitação ou remastigação repetida que não podem ser explicados por nenhuma condição médica. Podem resultar em desnutrição, perda de peso, alterações do equilíbrio hidroeletrolítico, desidratação e até morte.

Vigorexia


É a obsessão por um corpo musculoso e atraente, quase sempre em homens. Envolve um treinamento muscular obsessivo e alimentação voltada para a manutenção desse corpo com uso frequente de anabolizantes. É classificada junto com os transtornos alimentares por envolver um disformismo corporal reforçado pelo culto a imagem, o desenvolvimento de uma alimentação restrita e hábitos patológicos com causas, consequências e tratamento semelhantes ao da anorexia e bulimia.

Outros transtornos alimentares não especificados


Cerca de um terço dos diagnósticos feitos usando o DSM IV são classificados como não especificados por não possuírem um ou mais critérios essenciais para a classificação em outro transtorno. Por volta da metade desses transtornos parciais se tornam transtornos completos caso não sejam tratados adequadamente preventivamente. 

Diagnóstico

Existem alguns testes psicológicos desenvolvidos especialmente para o diagnóstico de transtornos alimentares gerais como o Teste de Atitudes Alimentares (EAT 26) ou específicos como o Escala de Compulsão Alimentar Periódica (ECAP) O diagnóstico geralmente é feito seguindo os critérios do CID-10 ou do DSM IV tanto por médicos, psicólogos ou nutricionistas.
O teste de atitudes alimentares (EAT-26) foi desenvolvido por Garner e Garfinkel, originalmente usado apenas para anorexia mas revisado para identificar outros transtornos alimentares, usa 14 critérios e é voltado especialmente para identificar riscos de saúde. Já está adaptado ao português e é aprovado pela APA. 
No caso específico da anorexia nervosa os critérios basicamente envolvem:
§  Comportamentos visando a perda de peso e sua manutenção abaixo do normal;
§  Medo mórbido de engordar;
§  Distúrbio de imagem corporal; e
§  Distúrbio endócrino (ex: amenorréia).
Enquanto os da bulimia nervosa se caracterizam por:
§  Impulso irresistível de comer excessivamente;
§  Evitação do ganho de peso pela indução de vômitos e/ou abuso de purgativos; e
§  Medo mórbido de engordar.
Para o diagnóstico específico da bulimia existe o Bulimic Investigatory Test Edinburgh (BITE) e para o diagnóstico de distorção corporal existe o Body Image Test (BIT).
Já os critérios diagnósticos dos outros transtornos ainda são controversos e estão sendo discutidos. Critérios importantes como a quantidade de episódios de compulsão alimentar necessários para caracterizar um TCAP ainda não estão definidos, mas estão em torno de duas vezes por semana. 


Sintomas e outros Sinais de Alerta

§  Emagrecimento
§  Cuidado excessivo com a alimentação
§  Desculpas para não comer ou comer sozinha
§  Isolamento, alterações de humor e Agressividade
§  Excesso de exercício físico
§  Vômito e uso de laxantes
§  Atitude demasiado crítica quanto à sua imagem
§  Perda da menstruação.

Tratamento

O tratamento mais eficaz deve ser multidisciplinar, com acompanhamento médico, nutricional e psicológico, para que se possa alcançar um peso mais saudável, diminuir a influência dos fatores psicológicos mantenedores desse comportamento, medicar com psicotrópicos como antidepressivos e topiramato, acompanhar a evolução dos sintomas e prevenir ou conter as possíveis patologias associadas. Em casos graves, quando o peso corporal está a mais de 25% abaixo do mínimo ideal (por exemplo, abaixo de 45kg quando o ideal é 60kg), pode ser necessária hospitalização. Em caso de obesidade mórbida pode ser feita uma cirurgia bariátrica.

As psicoterapias mais recomendadas são a Terapia analítico-comportamental e Terapia cognitivo-comportamental (39% de desaparecimento de sintomas a curto prazo). Os remédios psiquiátricos por outro lado tem tido eficácia significantemente menor (20% de desaparecimento de sintomas), tornando os psicotrópicos coadjuvantes dos tratamentos psicológico e nutricional mais voltado para tratar as comorbidades (como depressão e ansiedade) do que o transtorno alimentar em si. Os antidepressivos tem efeito melhor que o placebo apenas em 60% dos casos, podem ter como efeitos colaterais causar perda ou ganho de peso e tem 35% de abandono. Todos os tratamentos juntos levam ao desaparecimento de sintomas em 49% dos casos. 





domingo, 28 de agosto de 2011


Os dez mandamentos de uma escola sustentável.

1. Coerência: é preciso lutar contra o fosso entre a teoria do que se faz em sala de aula e o que se realiza no cotidiano da instituição.
2. Informação: embora nas escolas ainda seja um processo inicial, há muitas experiências que podem se compartilhadas, como, por exemplo, por ONGs e empresas de outros segmentos. Do mesmo modo, é preciso investir em formação continuada também na área ambiental.
3. Cultura: sustentabilidade não se constrói com ações pontuais, mas com a transformação da cultura interna, o que inclui mobilizar diretores, coordenadores, professores, funcionários adminstrativos, alunos e pais.
4. Paciência: nada se faz do dia para a noite, nessa área. Mudar procedimentos arraigados leva tempo. É um processo constante e crescente, com idas e vindas.
5. Realismo: assim como no restante da sociedade, a implantação de políticas de sutentabilidade nos confronta com inúmeras contradições, principalmente no que se refere aos aspectos da viabilização econômica ou tecnológica.
6. Democracia: para se construir uma escola sustentável, é preciso saber que nada se faz de cima para baixo. É preciso saber ouvir e dialogar com os vários setores e interesses envolvidos.
7. Compromisso socioambiental: a noção de sustentabilidade ultrapassa em muitos os limites da escola. É preciso estimular os alunos a atrair a comunidade circunvizinha, tornando a escola um pólo difusor dessa nova consciência.
8. Criatividade: estamos em plena transformação. Não há soluções esquematizadas. Cada escola encontrará o seu caminho. Mas não se contente apenas com a implantação de ações como a coleta seletiva, embora seja um bom começo.
9. Metas: estabeleça metas de curto, médio e longo prazo. Um projeto de amplo espectro como esse torna-se mais eficiente se trabalhar dentro de objetivos preestabelecidos.
10. Transversalidade: por fim, é sempre bom lembrar: sustentabilidade rima, sempre, com educação. É importante que haja coerência e articulação entre os projetos ligados à sustentabilidade e o que é trabalhado em sala de aula nas diferentes disciplinas.
Para que aconteça a sustentabilidade na escola, é preciso mudar um pouco os pensamentos de todos a nossa volta, para implantar um projeto sustentável, que não fique apenas no papel, ou em pensamentos. Então mostrarei algumas atitudes que podem mudar não só a escola, mais também o mundo todo, se todos fizerem a sua parte em cada região em que vivem.

·         Promova Diálogos

·         Para começar, não tem jeito, é preciso ir do básico. Na base de uma pirâmide de uma escola sustentável está, obviamente a educação. Promover diálogos, conversas, rodas de discussão e semanas temáticas que abordem assuntos relacionados a conceitos e práticas sustentáveis é necessário para que, mais do que repetir ações, as crianças, profissionais e pais, tenham verdadeiros hábitos responsáveis e concientes em sua vida.

·         Política de Lixo-Zero → 


·         A reciclagem de uma escola deve ser uma prioridade. É fácil distribuir pelo espaço lixeiras identificadas de acordo com as cores da coleta seletiva, dificil é educar a todos a participar do movimento. Para que dê certo, é preciso muita motivação por parte da escola e um esforço de todos, - pais professores e funcionários. Afinal os resíduos que chegam até a escola também tem origem na casa de cada estudante, como as embalagem dos lanches.
Gincanas da reciclagem ou pequenas competições entre turmas podem servir de estímulo para os alunos e ajudar na separação do lixo.
Na hora do descarte a escola também pode reaproveitar boa parte dos materiais que foram descartados em boa condição, como o papel e o plástico. Que tal elaborar trabalhos com papel reciclado e contrução de brinquedos com embalagens usadas?

·         Que tal a compostagem?


·         Escolas que tem refeitórios ou lanchonete sabem que a taxa de desperdicio é bem grande. Voltando a política de “Zero resíduos”, pode ser bom lembrar de uma opção menos comum, mas muito importante: a compostagem. A construção de uma composteira, é mais facil do que se pensa, e a manutenção do ambiente de decomposição mais simples do que se imagina.
Mesmo valendo apenas as sobras de alimentos que não tenham sido cozidos, a adoção de uma composteira pode ser muito eficiente se o local de distribuição for o mesmo de produção, possibilitando as cascas de frutas ou legumes um destino mais eficiente.

·         Procure apoio de líderes, organizações e da comunidade

·         Outra palavra que não pode ser tirada de vista: comunidade. Como parte integrante de um coletivo, a escola precisa estar integrada ao que acontece em sua cidade. Identificando os líderes do governo local, grupos organizações ou instituições que possam oferecer uma parceria de responsabilidade social, ambiental e também educacional, certamente a escola estará criando uma cadeia de desenvolvimento, tanto para ela, como para a comunidade para a qual ela está inserida.
Atenta também ao que acontece em um maior raio de distância, a intituição educacional precisa estar “por dentro” dos fatos do mundo, e procurar envolver em seus projetos, iniciativas globais. Bons exemplos são os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e a Carta da Terra, assim como campanhas de apoio a conservação de recursos naturais.

Assim todos nós teremos um mundo um pouco melhor, se cada um fizer a sua parte!